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quarta-feira, 5 de maio de 2010

A terceira Fase: 1956 a 1990, o Desenvolvimento Acelerado

A morte de Vargas, em 1954, foi a segunda de uma nova etapa da chamada Revolução Industrial brasileira. Na verdade, esta fase foi inaugurada pelo governo de Juscelino Kubitschek ( 1956-1961).
A característica principal desse governo foi a adoção de uma política de abertura das fronteiras do país ao ingresso de capitais estrangeiros. Nesse período, o governo federal Pôs em prática uma política de incentivos fiscais, tarifários e de créditos abundantes.
Houve um impressionante crescimento industrial, tanto no setor de bens de consumo (63%) como no setor de base (370%), em grande parte decorrente do maciço ingresso de investimentos estrangeiros. contando com tecnologia mais sofisticada que a das empresas brasileiras, gigantescas corporações formadas por capitais estrangeiros entram no país e implantaram setores até então inexistentes no parque industrial brasileiro.
O ingresso dessas empresas transnacionais ou multinacionais foi especialmente importante no setor automobilístico, tendo determinado a priorização do sistema de transporte rodoviário. além de agravar a nossa dependência em relação ao petróleo, essa escolha contribuiu para impor à sociedade brasileira padrões de consumo e comportamento norte-americanos.
Respaldado pelas classes dominantes nacionais, a partir dessa abertura econômica foi desencadeado um processo de crescente internacionalização não só do parque industrial, mas de toda economia brasileira. Esse processo ainda está em curso. Mediante associação com os capitais internacionais, capitais nacionais instituíram o modelo de desenvolvimento dependente do capitalismo internacional e beneficiado pelo suporte oferecido pelas indústrias de base estatais.
formou-se assim a tríplice aliança sobre a qual se estrutura o parque industrial brasileiro:
* indústrias de base, criadas essencialmente com capitais estatais. Destacam-se entre estas a Petrobras ( setor petroquímico, ainda estatal), a cosipa, a Usiminas, a CSN ( setor de siderúrgico, privatizadas durante a década de 1990) e outras de menor porte;
* indústria de bens de consumo não- duráveis, em que prevaleceram capitais privados nacionais. são exemplos desse caso as indústrias alimentícias, de bebidas, de beneficiamento de produtos agrícolas, como arroz e algodão, têxteis, de torrefação de café etc;
* indústrias de bens de consumo duráveis, cujo controle está, em grande parte, nas mãos dos capitais privados internacionais. É o caso das indústrias automobilísticas, de eletrodomésticos, de equipamentos eletrônicos etc.
 cumpre lembrar que os governos militares ( 1964-1984) não só deram continuidade a esse modelo de desenvolvimento dependente como também o aprofundaram.
Aproveitando grande oferta de crédito externo fácil e de baixos preços do petróleo, esses governos impulsionaram a produção industrial, ao mesmo tempo que expandiam a infraestrutura necessária para dar suporte a esse novo surto industrial. consequentemente, houve maior oferta de empregos e expansão do mercado interno. Conhecido como" milagre brasileiro", o período de 1968- 1973.
Em 1979, porém os Estados Unidos forçaram uma brusca eleveção das taxas de juros praticadas pelo mercado financeiro internacional. Esse fato lançou os países endividados, como o Brasil, numa profunda crise, já que a dívida passou a crescer em rítmo superior ao de sua economia. De 20 bilhões de dólares em 1975, a dívida externa  brasileira passou a 129 bilhões em 1995 e 240 bilhões em 2001.
Os anos de 1980 ficaram conhecidos como ' década perdida", em função do agravamento da situação econômica do país. em decorrência dessa crise, diminuiu o ritmo do crescimento do PIB, e esse fato afastou milhões de brasileiros deo mercado de trabalho.: foi o início de uma catrastrófica crise de emprego que já dura mais de um quarto de século. Ou seja, o modelo de desenvolvimento econômico dependente adotado pelo Brasil atingiu o ponto de esgotamento.

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