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domingo, 27 de maio de 2012

O PAPEL DOS ORGANISMOS INTERNACIONAIS

Em 1988 e 2003 houve um crescimento notável das transações internacionais. Segundo a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento ( Unctad), as transações comerciais cresceram 6,5% ao ano, no mesmo período, o PIB (Produto Interno Bruto) mundial teve um crescimento anual de apenas 3,4%.
 
Essa expansão não teria ocorrido sem a interferência dos países desenvolvidos sobre a política interna dos países subdesenvolvidos, geralmente endividados e dependentes. Tal interferência ocorre frequentemente por meio dos organismos internacionais, tais como o G8 (Grupo dos sete países mais ricos mais a Rússia), a OCDE ( Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), a OMC (Organização Mundial do Comércio), o FMI (Fundo Monetário Internacional), o BIRD ou BM (Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento, ou Banco Mundial) e até a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Vejamos alguns exemplos.
Em 1975, o então presidente francês Valéry Giscard d' esting convidou os dirigentes políticos da Alemanha, EUA, Japão, Inglaterra e Itália para uma reunião no castelo de Rambouillet, perto de Paris.

O objetivo era discutir de forma informal algumas questões econômicas, especialmente a crise do petróleo. Os participantes decidiram na época promover novos encontros todo ano. A partir de 1976 o Canadá também foi convidado, e assim se formou o G7. A Rússia integrou-se oficialmente nesse grupo a partir do encontro de  Birmingham, em 1998, e o G7. se transformou no G8. aliás, no encontro de Kananaskis, em 2002, os participantes convidaram a Rússia para exercer a presidência e organizar o encontro de 2006, pela primeira vez.

No encontro de Okinawa, em 200, pela primeira vez participaram chefes de estado de diversos países da África, e formou-se o NEPAD ( The New Partnership for África s' Development). esse plano de desenvolvimento para a África requer critérios) e uma nova relação de igualdade com os países do Norte.

O encontro do G8 mais famoso foi o de Gênova, Itália, em 2001. Mais de 300.000 pessoas protestaram contra as políticas desenvolvidas pelo G8, e o jovem ativista Carlos Giuliani foi morto pela polícia italiana.

O encontro de 2002 foi em Kananaskis, no Canadá. esse lugar distante dos grandes centros urbanos foi escolhido para impedir protestos maciços, como como em Gênova. O encontro nas montanhas canadense foi considerado um êxito, já que se conseguiu evitar grandes manifestações. Assim o encontro seguinte, de 2003, foi no povoado francês de Evien-les-Bains, também situado na periferia do país e de difícil acesso.

Embora o G8 insista que suas reuniões não têm poder decisório e que são principalmente encontros informais, eles exercem influência na política neoliberal do FMI, Banco Mundial, OMC etc.
No FMI- criado originalmente para fomentar o desenvolvimento dos países mais pobres no imediato pós guerra- são necessários 85% dos votos para aprovar uma resolução qualquer. No entanto, os Estados Unidos são seu sócio majoritário, concentrando 17% dos votos. Isso significa que, na prática, sem os estados Unidos, o FMI não decide absolutamente nada!

Em 1944, a Segunda guerra Mundial ainda não havia acabado. Mas já estava claro que o Eixo (Alemanha, Itália e Japão) seria derrotado pelos aliados ( Estados Unidos, União soviética, frança e Inglaterra). Desse modo, embora o conflitos militar continuasse, os governos já discutiam o pós- guerra. Um dos principais problemas consistia em organizar a economia, uma vez que tanto a Primeira quanto a Segunda Guerra Mundial haviam sido consequência - direta ou indiretamente da disputa entre os grandes países capitalistas.
 

quinta-feira, 24 de maio de 2012

CORÉIA


Um comunismo rígido de orientação stalinista e hereditário domina a Coréia do Norte desde 1953. O atual tirano, Kim Jong II, denominado o camarada Grande líder. Com um regime fechado, o país só se aproximou da China, cuja economia tomando novos rumos nos últimos anos, para solucionar o grave problema da fome que castiga a população.

País rural, de economia planificada e ditadura fortíssima, a Coréia do Norte construiu o seu regime socialista sob dogma do isolacionismo, o juche, que significa auto suficiência em coreano. Como resultado, só obteve pobreza e fome. As indústrias todas estatais todas estão falidas.

A crise econômica obrigou a Coréia do Norte a pensar na possibilidade de construir Zonas de livre comércio, onde será permitida a entrada de capital estrangeiro. Porém o país não conta com infraestrutura (estradas, energia elétrica) para funcionamento de novas indústrias em seu território. Umas essas zonas é Rajin-Sombong e os maiores investimentos virão da Coréia do Sul.O sul-coreano são os principais interessados em ajudar os irmãos do norte, para minimizar os problemas no caso de uma futura mas pouco provável, reunificação do país .

Na Coréia do Norte não se pode ir de uma cidade para outra sem a aprovação do governo. O correio é controlado pelo Estado; rádio e televisão estão ao alcance de poucos. Energia elétrica, alimentos e remédios são objetos de luxo. Cada família só pode ter uma lâmpada em casa. Apesar de toda a miséria, a Coréia do Norte tem um dos maiores arsenais nuclear do mundo.



A GUERRA QUE NÃO ACABOU



Separada pela rivalidade da Guerra Fria, Coréia do Norte (socialista) e Coréia do Sul (capitalista) não assinaram nem um tratado de paz em 1953, quando cessaram as hostilidades na região. Isso significa que a guerra não acabou oficialmente nessa península coreana. Apesar de julho de 2000, os presidentes coreanos encontrarem-se para conversar sobre a hipoteca reunificação. Porém em março de 2001, o Norte interrompeu bruscamente as negociações com a Coréia do Sul, sem nenhuma justificativa.



GUERRA DA CORÉIA (causas)



A Coréia havia sido anexada pelo Japão no início do século XX. Ao final da Segunda Guerra Mundial, com a derrota japonesa, a Coréia foi libertada pelos aliados e dividida em duas zonas de ocupação por uma linha demarcatória conhecida como paralelo 38. O setor Sul ficou sob controle  dos norte-americanos, e o setor norte, dos soviéticos.

Em 1948, a Coréia foi fragmentada em duas nações: o sul, a República da Coréia (Coréia do Sul,) e, ao norte, a República Popular Democrática da Coréia do Norte (Coréia do Norte).

As tropas norte-americanas e soviéticas abandonaram a região, mas logo em seguida, incidentes começaram a ocorrer ao longo do paralelo 38, porque os governos das novas nações queriam reunificar o país, mantendo-o sob seu controle.

Em julho de 1950, as tropas da Coréia do Norte invadiam, de surpresa, a Coréia do Sul, provocando imediata reação dos Estados Unidos, que enviaram tropas para a Coréia do Sul.

Em outubro do mesmo ano, a China socialista envolveu-se na guerra, apoiando a Coréia do Norte. Apenas em junho de 1953 o conflito terminou, com o estabelecimento de um acordo de paz que também ratificou definitivamente a divisão da Coréia.


Enquanto a Coréia do Norte continuou aliada da União Soviética e da China, a Coréia do sul transformou-se em ponto de interesse dos Estados Unidos no continente asiático, onde esse país aplicou capital e criou uma infraestrutura industrial.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Geografia no século XIX

Durante a primeira metade do século XIX, destacaram-se os geógrafos alemães Alexandre von Humboldt  (1769- 1859) e Karl Ritter ( 1779- 1859). Eles estudaram em ambiente de grande efervescência acadêmica. Nas universidades, os professores e alunos dedicavam-se às pesquisas e viviam ávidos de conhecimento. Era impressionante a busca por respostas às mais variadas questões.
    Humboldt, naturalista e explorador alemão, ficou conhecido pelas suas combinações `geologia, climatológia e oceanografia.
Em 1799, Humboldt iniciou uma expedição de cinco anos à América latina, onde visitou países como o Equador, Colômbia, Venezuela, México e Peru. Nesse país fez precisa mediões sobre uma corrente fria descoberta por ele, que veio a ser chamada de corrente de Humboldt ( banha o litoral do Pacífico da América do Sul). Ao visitar a Amazônia, chamou-a de Hiléia ( palavra que significa da floresta). Ao escrever sobre estas viagens Humboldt elaborou uma obra de 23 volumes considerada um marco da geografia do século XIX.
    Em 1827, Berlim, Humboldt foi nomeado acessoar do rei da Prússia, cargo conquistado pelo seu  notório saber do espaço e do meio natural. em 1829, por convite do Czar russo Nicolau I viajou aos Montes Urais e Sibéria para fazer estudos geológicos e fisiográficos.
    O resto de sua vida dedicou-se a escrever sua principal obra, intitulada Cosmos, na tentativa abrangente de descrever o universo como um todo e mostrar que tudo era inter-relacionado.Humboldt foi o primeiro a elaborar mapas dotados de isotermas ( linhas que conectam pontos nos quais se registram a mesma temperatura).
    A amplitude de sua obra fez dele um dos principais sistematizadores da ciência geográfica.
    Karl Ritter também era alemão. Conhecido como fundador da moderna ciência geográfica, Ritter mostrou ao mundo a importância da relação entre a superfície da terra e os seres humanos. Era defensor constante do uso de todas as ciências para o estudo da geografia na Universidade de Berlim de 1820 até sua morte.
    Se Humboldt se preocupou em entender os fenômenos naturais, Ritter propagou os métodos de estudo da geografia.  suas aulas eram concorridas e seus alunos foram muito influenciados pelo seu conhecimento. Desde essa fase, a geografia se tornou disciplina em muitas escolas de primeiro e segundo grau em toda a Europa, especialmente na Alemanha.
    Não é exagero afirmar que a popularização do ensino da geografia passou a ser um ingrediente do futuro nacionalismo alemão. além disso a geografia tornou-se instrumento importante das grandes potência imperialistas para expandir seus domínios territoriais. ao oferecer uma compreensão melhor do espaço, essa ciência possibilitou aos impérios reconhecer as áreas ricas em recursos minerais, que dariam ainda mais poder. Afinal, o acesso a matérias- primas era in dispensável nessa fase do capitalismo industrial.
    Assim sendo, é fundamental conhecer o contexto da segunda metade do século XIX.
    Essa foi uma fase de grandes transformadões políticas. A Alemanha, por exemplo, experimentava o mais veloz ritmo de industrialização da história. Consequentemente, caminhava a passos largos para se tornar uma potência, o que iria equipará-la  à França  e à Inglaterra, hegemônicas até então.
    Para dar continuidade à sua impressionante industrialização, iniciada em 1850, a Alemanha necessitava de mercados consumidores de produtos industrializados e fornecedores de matérias- primas. Por isso, pretendia expandir sua influência sobre vastas porções da Ásia, África e Oriente Médio. entretanto, muitas dessas áreas já eram influenciadas por outras potências, com Inglaterra, França e Rússia.
    Um dos projetos mais ambiciosos da Alemanha era a construção da ferrovia Berlim- Bagdá. Aprovada pelo Kaiser em 1856, a execução dessa obra conectaria a crescente economia alemã a rotas comerciais importantes, bem como às valiosas jazidas de petróleo do Oriente Médio.
    Para concretizar essa obra, o governo alemão iniciou uma política de alianças com outras nações, o império Austro Húngaro, o Império Turco Otomano e a Itália.
    Logicamente a escolha de aliados não foi aleatória. Os impérios Austro Húngaro e o Turco- Otomano encontravam-se na rota da tão sonhada ferrovia. Já a Itália, como a Alemanha, passava por uma profunda transformação política e econômica, estimulada pelo nascimento de suas indústrias . Assim, o acesso a matérias- primas passaria a ser fundamental também para sustentar a nova economia italiana, cujo crescimento foi intensificado após a unificação de toda a península em 1870.
    Contudo as pretençoes alemãs e italiana passaram a ameaçar a hegemonia das velhas potências. A Rússia temia a expansão alemã na região dos Balcãs, Habitada por eslavos ( etnia majoritária  também em seu território). além disso, os acordos para implementara ferrovia podiam criar obstáculos para a livrem passagem dos navios russos pelo mar Negro, a principal ligação marítima da Rússia.
    A Inglaterra e a França temiam que trens almejados pela Alemanha prejudicasse suas ligações com as oligarquias árabes  do Império Turco Otomano. As duas potências,por exemplo,estavam construindo o canal se  Suez desde 1859 ( projeto francês capital inglês). sua inauguração iria interligar o Mesiterrâneo ao Índico por meio do Mar Vermelho, encurtando o caminho para a Índia principal colônia britânica.
    Essa intensa disputa por territórios áreas de influência foi a principal causa da Primeira Guerra Mundial.

    A GEOGRAFIA A SERVIÇO DO IMPERIALISMO

    A compreensão do espaço foi fundamental para as doutrinas expansionistas do Império Alemão. Na época,os conhecimentos de geógrafos como von Humboldt e Karl Ritter mostravam-se vitais para o sucesso dessa empreitada econômica e militar.
    Nesse período, o pesquisador Charles Darwin lançou seu trabalho sobre a evolução das espécie. Elaborou a Teoria da Seleção Natural, segundo a  qual os animais mais fortes têm mais chances de sobreviver e reproduzir que o menos habilitados. essa teoria tem elementos coerentes, desde que circunscrita aos animais, embora tenha sido muito criticada por outros especialistas.
    O darwinismo gerou um impacto muito grande em todos os meios acadêmicos, inclusive na área da geografia. Na Alemanha não foi diferente: era comum encontrar, nas universidades grupos de jovens estudantes debatendo o tema.
    A Alemanha estava passando por uma verdadeira revolução. Com uma indústria cada vez mais vigorosa, o Estado alemão iniciou uma política expancionista para dar sustentação ainda maior a esse arranque econômico. A teoria darwinista caía como uma luva para os anseios alemães: se os animais se sobrepõem aos mais fracos, então os países fortes deveriam dominar os mais fracos.
    Nesse cenário surge, o trabalho do pesquisador Friederich Ratzel ( 1844-1904), denominado Antopogeografia, influenciado pelo Darwinismo, o geógrafo alemão inicia a formulação de uma das  teorias mais importantes em geografia; o determinismo geográfico
     Essa nova concepção de geografia considera as riquezas encontradas na natureza fatores que influenciam a vida dos seres humanos. Assim, a natureza poderia influenciar o modo de vida de um povo ao criar barreiras ou, ao contrário, facilitar a sua expansão.
    Segundo Ratzel, a sociedade como um todo é um organismo  que mantém relações com o meio em que vive. Nascia a noção  de que a sociedade como um organismo vivo, cujo processo dependeria de um bom aproveitamento do meio. Na pratica o desenvolvimento de um país dependeria de uma exploração cada vez maior de riquezas, como fértil, carvão, ferro, madeira etc.
    Ratzel justifica seu pensamento por meio do processo " espaço vital" .
    O espaço vital garantiria a um dado país o equilíbrio entre a população e os recursos naturais indispensáveis às suas necessidades.  A busca desse equilíbrio levaria a um país, inevitavelmente, a buscar sempre novos territórios, que não lhe pertencem. Para Ratzel, os Estados necessitam de espaço, como a espécie. Por isso, lutam pelo seu domínio: o espaço vital é o espaço a ser conquistado por um país. UM dos fundamentos do determinismo afirma que o " espaço é poder"
    constata-se, dessa forma uma visível vinculação entre o projeto imperial alemão, baseado no expansionismo territorial que culminou com o desencadeamento de duas guerras mundiais, e as formulações de Ratzel para a época, que legitimaram e nortearam a expansão militar, política e econômica da Alemanha.
    A geografia ensinada na Alemanha valorizava extremamente o espaço, que era visto como o começo, o meio e o fim de tudo. Por isso eram valorizados estudos sobre a formação dos território dos países,  a dispersão dos seres humanos pelo globo a distribuição geográfica dos povos, as áreas mais habitadas.
    Enfim, os estudos da geografia foram usados pelo governo alemão para promover o expansionismo territorial do país. A anexação da região francesa da Alsácia-lorena em 1871, por exemplo, não se deu por acaso. Certamente, os geógrafos alemães forneceram noções sobre as extensas reservas de minério de ferro dessa região, que abasteceram a indústria alemã nas décadas seguintes.